FERNANDO EIMBCKE

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1970, Mexico

Fernando Eimbcke é de uma casta rara. Após um percurso interessante pelo mundo das curtas-metragens, a sua estreia no formato de longa-metragem não deixou ninguém indiferente – “Temporada de Patos”, o seu mais celebrado filme até à data, foi uma verdadeira jóia no panorama do cinema Mundial em 2004. Quem viu o filme sabe a que me refiro.

A sua obra seguinte, o não menos brilhante “Lake Tahoe” (2008), é uma ode ao minimalismo narrativo. Incríveis personagens, maravilhoso trabalho de cinematografia e uma fabulosa trama que a pouco e pouco se vai desvendando (e entranhando) nos fãs de um certo cinema de culto.

“Club Sandwich” (2013), a sua muito aguardada terceira longa-metragem, passou pelo circuito arthouse de forma mais tímida. Eu tive a sorte de apanhar o filme 2 anos depois da sua estreia numa exibição quase vazia no maravilhoso Cine Belas Artes em São Paulo. O filme é um exercício coming-of-age encantador, num universo meio hitchcokiano (pela economia de meios e sentido claustrofóbico que atravessa o filme) que enche qualquer coração de ternura. Um guião exemplar, como qualquer um dos seus prévios filmes – o que comprova o seu talento raro na escrita cinematográfica – suportado por um sentido de narrativa visual que complementa de forma perfeita os seus propósitos. É esse equilíbrio de guionista / realizador que faz de Eimbcke um cineasta ímpar e um dos meus preferidos pessoais.

De momento está de regresso ao formato de curta, dando o seu contributo ao franchisado “Berlin, I love You”, mas não vejo a hora de saber que a sua 4ª longa-metragem estará a chegar.

Deixo aqui La Suerte de La Fea… A La Bonita no Le Importa (2002), uma das suas curtas-metragens.

#21 / INFLUÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS

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